Área que teve a vegetação suprimida pela mineradora – Google Maps.
A extração de calcário pela Sandra Mineração em um local que foi objeto pelo “pai da paleontologia brasileira”,
com cavernas e pinturas rupestres, preocupa moradores e especialistas
Os mapas abaixo mostram as áreas em que a mineradora tem a intenção de realizar a extração de calcário. Os perímetros estão demarcados pelas linhas na cor azul:
A mineradora já obteve o licenciamento ambiental para explorar uma área que pode conter 122 cavernas, das quais 64 são de alta e 18 de máxima relevância.
O projeto da Sandra Mineração prevê impactos negativos irreversíveis em 21 cavidades, incluindo 17 de alta relevância, com a caverna mais próxima da possível mina estando a menos de 250 metros de distância. Além disso, há a possibilidade de existirem cavidades ainda não catalogadas na área.
O espeleólogo Anael Espeschit explica como a relevância das cavernas é definida. “Existem vários critérios para avaliar a importância das cavernas, incluindo aspectos biológicos, físicos, arqueológicos, históricos e sociais. Esses critérios são utilizados para atribuir uma pontuação às cavernas, determinando sua relevância local, regional ou até nacional. Com base na pontuação, as cavernas são classificadas em diferentes níveis de importância: baixa, média ou alta. Além disso, há cavernas de relevância máxima, que se destacam por possuírem características únicas, seja por seu valor histórico, local, regional ou nacional. Essas cavernas ímpares são consideradas únicas e, portanto, protegidas por lei, estando isentas de impactos irreversíveis”, pontua.
Além do risco às cavidades, a área de proteção ambiental federal Carste de Lagoa Santa está a menos de cinco quilômetros do local planejado para a mineração. A mesma área, nas redondezas de Pedro Leopoldo e Confins, já foi alvo de controvérsia quando a cervejaria Heineken desistiu de instalar uma fábrica ali, devido à pressão popular para proteger o patrimônio arqueológico e paleontológico.
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