Na manhã desta segunda-feira (15/1), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou a conclusão dos trabalhos de investigações do homicídio do sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Roger Dias da Cunha, de 29 anos.
O policial foi morto no último dia 5 de janeiro, durante atendimento a uma ocorrência de roubo na região do bairro Aarão Reis, em Belo Horizonte. Dois homens, de 25 e 33 anos, responderão por homicídios qualificados nas formas consumadas e tentadas. Outros cinco policiais militares também foram vítimas das ações criminosas, além de um motociclista.
Durante coletiva de imprensa, a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Alessandra Wilke, chamou a atenção para a importância da conclusão dos trabalhos policiais. “Não podemos deixar de ressaltar que este foi um caso de afronta às forças de segurança e, como tal, entendemos que é uma afronta à toda população, uma vez que o papel maior da polícia é preservar vidas e resguardar a sociedade”, destacou.
Já a porta-voz da PMMG, major Layla Brunella, agradeceu à Polícia Civil os levantamentos realizados na apuração dos fatos e enfatizou a integração entre as instituições. “Nós somos uma força que atua em conjunto. Está cada vez mais evidente em todos os estados de que não existe essa ou aquela instituição atuando isoladamente, mas sim uma legítima força de segurança. E eu acredito que o falecimento do sargento Dias serviu para deixar isso claro para a sociedade, daquilo que como policiais já sabemos”, declarou.
Relembre o caso
Durante patrulhamento, policiais militares receberam informações acerca de indivíduos armados e envolvidos em um roubo. Os suspeitos estariam em um veículo, nas proximidades de um shopping na região Nordeste da capital, no sentido Novo Aarão Reis, e a vítima do assalto, inclusive, foi ouvida pela Polícia Civil e reconheceu um dos suspeitos.
A guarnição, então, iniciou operação para abordá-los, mas os ocupantes não obedeceram às ordens de parada, sendo necessária intensa perseguição. O carro dos investigados chegou a ser interceptado, mas desviou e colidiu com uma motocicleta, batendo em um poste.
A dupla, então, abandonou o veículo e fugiu a pé. Solicitado o apoio de outras guarnições, a Polícia Militar deu continuidade às perseguições, sendo que a equipe composta pelo sargento avistou primeiro um dos suspeitos, o indivíduo de 25 anos, próximo a um campo de várzea na região.
O investigado desobedeceu aos comandos do militar e efetuou disparos contra o sargento, que foi atingido na cabeça. Ainda ao ser abordado por outro policial militar, o suspeito reagiu novamente com disparos e atingiu uma viatura, até que foi alvejado e rendido.
Na busca pelo segundo indivíduo, foram efetuadas buscas na casa do suspeito, onde foram apreendidos um colete balístico, munições calibre 38 e quase 400 gramas de maconha. O investigado efetuou disparos de arma de fogo, fugiu para uma área de mata, ainda armado, mas acabou sendo detido, após imobilizado por cães policiais.
Os investigados foram presos em flagrante e, posteriormente, a prisão convertida em preventiva por representação da PCMG. O suspeito de 25 anos já se encontra no sistema prisional, enquanto o de 33 permanece sob escolta policial em unidade hospitalar.
Apurações
A perícia criminal da Polícia Civil compareceu ao endereço e realizou os exames de local. Os laudos elaborados foram juntados ao inquérito policial, o qual esclareceu as circunstâncias, dinâmica, motivação e autorias delitivas.
Os trabalhos, conduzidos pelas equipes de Plantão do DHPP e da 3ª Delegacia Especializada de Homicídios de Venda Nova, também vinculada ao Departamento, envolveram a análise de câmeras de filmagem no local do crime e oitiva de testemunhas.A delegada responsável pela investigação, Ariadne Coelho, adiantou que o suspeito de atirar contra o sargento confessou o fato tanto para os policiais militares quanto para a Polícia Civil. “Ele confirmou que estava de fato no veículo e que não queria ser preso. Então, aos investigadores, ele confessou ter efetuado os disparos de arma de fogo contra o militar”, disse.
Crimes
Com a conclusão das investigações, o investigado de 25 anos responderá pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, motivo fútil, dissimulação que dificultou a defesa da vítima, para assegurar impunidade em outro crime e pelo fato de as vítimas serem agentes de segurança – nas modalidades consumadas e tentadas; desobediência; resistência e porte ilegal de arma de fogo. O investigado já tem registros policiais pelos crimes de roubo majorado, posse para uso e consumo de drogas, tráfico de drogas, furto qualificado, receptação, ameaça, vias de fato e falsidade ideológica.
Já o homem de 33 anos responderá por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, motivo fútil, para assegurar impunidade em outro crime e pelo fato de as vítimas serem agentes de segurança; desobediência, resistência; posse irregular de arma de fogo e tráfico de drogas. Ele também já possuía passagens pela polícia por ameaça, furto, vias de fato, roubo, porte para o uso e consumo de drogas, tráfico ilícito de drogas e duas tentativas de homicídio.
DE PCMG